Vivências em contos, sonhos do "meu" presente!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Carta de amor que não foi entregue [dia 10]

Querido Tomas,

Lhe escrevo agora porque me ocorreu que hoje completamos 47 dias de lonjura. Imagino que você não se atente a isso, afinal isso não altera nada em sua vida, mas, se estivéssemos juntos estaríamos comemorando o que?
Talvez hoje eu estivesse preparando algo pra você comer, ou de repente estaríamos largados no sofá vendo algum filme, ou quem sabe até cada um em sua casa, mas falando ao telefone sobre o nosso amor, e como era de costume eu iria dormir super tarde de tanto "namorar no telefone" e ficaria deitada pensando em você até pegar no sono.
Mas a verdade é que hoje eu estou deitada em minha cama, sofrendo pela sua ausência e lhe escrevendo a décima carta que não será entregue.
Tom, sonho acordada todos os dias com o teu sorriso, com você me dizendo ao menos um oi, ou até mesmo só me olhando atravessar a faixa de pedestres (risos). É tão ruim dormir e quando acordar lembrar que não vou te ver, que é só mais um dia sem você.
A nossa cumplicidade foi tão linda, às vezes me pego sorrindo no ônibus lotado lembrando das brincadeirinhas, das besteiras e de tudo de bom que compõe essa história. Sabe Tom apesar de ainda me sentir abandonada a cada dia que passa, sinto como se as nossas almas se encontrassem todas as noites enquanto dormimos, acho que talvez seja por isso que eu esteja tão cheia de paz. Porque na verdade talvez esse abandono já tenha sido resolvido pra mim no plano espiritual.
Hoje enfim deixei o SMS ser enviado, recebi uma confirmação de "entregue" da prestadora. Estou aqui imaginando o que você vai pensar quando ler. Talvez não pense nada, ou talvez até pense que eu sou chata, mas tudo o que eu quero é que você saiba que eu sinto falta acima de tudo do companheiro que você foi pra mim. A madrugada chegou e daqui a pouco deve amanhecer, e eu estou com insônia, infelizmente logo será hora de ir pro trabalho por isso decidi continuar lhe escrevendo, já que você é o causador da minha insônia.
Sinto como se estivesse cada vez mais perto o dia do fim, do fim desse abandono. Talvez eu esteja delirando, mas os últimos dias uma paz enorme me envolveu, como se tudo que incomodasse na minha vida fosse se resolver, e eu acredito muito nisso.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Carta de amor que não foi entregue [dia 9]

Querido Tomas,


Sonhei com você outra vez, e hoje te escrevo um trecho dessa música que fala por si só."...Quando eu acordei do sonho e não te encontrei, me deu tanta saudade que eu te procurei sem pensar, como eu queria te ver. Deve ser a face oculta do meu coração que ainda sabe que você é na verdade a minha paixão, e eu não consigo esquecer..."
Eu não colocaria essa música pra tocar nesses momentos que tenho vivido, não mesmo, ela dói muito. Mas acabou tocando enquanto minha mãe escutava o rádio.
Você se foi e agora só posso me sentar aqui no chão e vestir suas lembranças, tudo o que eu sei, é que eu não sei como ser alguém que você sinta falta.
Ontem passei o dia todo tentando não lhe telefonar, como é difícil resistir a isso só Deus sabe, escapuliu um SMS que levei hooooras digitando, mas por sorte acabei pegando no sono antes de enviar.
Estava me perguntando como tudo isso pode ainda não ter acabado pra mim."Quem muito se ausenta uma hora deixa de fazer falta", certo que sim, mas isso não tá funcionando comigo. Você não tinha a intenção de ficar Tom, e eu não tinha a intenção de te impedir de ir. Não sei se estou sentindo essa 
falta do jeito certo, eu estou até tentando evitar o máximo, alguns dias você me dói bem pouco, mas há outros que não são tão fáceis assim (hoje).
Tomas talvez, você saiba que eu sou uma pessoa muito decidida, eu sempre sei o que eu quero, algumas vezes só não sei como dizer isso. Nesse momento estou no ponto mais alto da minha loucura, e talvez esteja errada em pensar que poderia sim ter dado certo e estaria dando certo até hoje (se o seu amor não tivesse acabado), porque o que tivemos foi tão especial e eu nunca vi e nem li nada assim nas mais belas histórias de amor. Acho que eu errei com você em algum momento, acho que eu estou errando agora e pelo que me parece com tantas cartas que lhe escrevo talvez eu continue errada. (É errando que se acerta, é errando que se aprende.)
Quase sempre tenho tido vontade de quebrar essas regras sabe, romper essa barreira que você impôs e ir correndo atrás de você. Talvez eu pedisse ao porteiro pra subir, mas ao interfonar pro seu apartamento você diria pra ele que não queria me ver. Ou talvez eu ficasse parada na frente do seu condomínio de plantão só esperando a hora de você sair ou chegar, correria quem sabe ao seu encontro e olharia nos seus olhos quando você baixasse o vidro do carro, acho que você me odiaria nesse instante (eu não quero isso). Então ao invés disso, eu ficaria sim escondida perto do seu condomínio e quando você aparecesse, choraria de tanta emoção e por estar matando a saudade mesmo de longe, quando você de fato saísse, eu sumiria, pra sempre.


Sonhei com você! Será que a saudade me obrigou pra gente se encontrar num sonho e outra vez lembrar do nosso amor?