Vivências em contos, sonhos do "meu" presente!

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Carta de amor que não foi entregue [dia 2]

Querido Tomas,

Hoje o sol demorou pra sair e eu fiquei pensando como o universo é incrível, quantas voltas que o mundo deu desde o dia que tu me deixou realmente eu não sei, mas associei o fato do sol não ter saído logo como os outros dias, com tamanha tristeza que amanheceu o meu coração hoje. Tom, eu queria do fundo do meu coração tentar colocar nessas linhas tudo o que eu sinto, mas é meio complicado de explicar, porque abandono na verdade é sempre um abandono, não importa qual seja a situação, e nesse estágio em que eu me encontro, abandonada, só consigo sentir a dor da sua ausência, sinto como se você tivesse me enterrado viva, me imagino exatamente assim, dentro de um caixão respirando fundo com muita dor, tentando sobreviver com o minimo de ar possível e gritando seu nome, te pedindo ajuda. Mas onde você está Tomas, que não vê esse meu sofrimento? Não percebe que foi você que me jogou nesse caixão? Será que você já esteve dentro dele? Como você pode ser um anjo tão mal e cruel? Eu só precisava ficar perto de você, sem receber nada em troca, só saber como foi o seu dia ou o que você comeu e rir com você ao telefone sabe, qualquer coisa minima, não esse máximo de ausência, não isso, essa coisa dói muito e já rasgou todo o meu peito, meu coração está em pedaços. Talvez isso explique o fato de você ter me enterrado logo, mas eu queria te dizer que eu ficaria mais tranquila se você ficasse aqui fora olhando pro caixão e tentando me enxergar, cantando algumas canções, ah! Com certeza ia ser mais fácil suportar isso Tom, será que fazer isso te faria tão mal? Você só esperaria alguns minutos e então poderia partir em paz por que eu já não estaria mais respirando e nunca mais você me ouviria chamar teu nome e eu descansaria pra sempre.
Ser abandonada dói demais.

"A falta que ele me faz me dói, eu não mereço..."

Nenhum comentário:

Postar um comentário